setembro 28, 2011

Vai passar..

Eu queria poder te abraçar agora como você faz sempre que eu estou com medo. Queria poder te mostrar que vai ficar tudo bem e segurar a sua mão bem forte para que você consiga superar tudo isso mais uma vez. Queria ouvir a sua voz e rir do seu sotaque e transmitir toda a tranquilidade que você passa para a nossa família. E jurar de pé juntos que vai passar, porque só existe essa alternativa.
É impensável a nossa vida sem você. É impensável imaginar que algum dia você pode não estar mais aqui, então só fica bem logo. Seja forte, porque a gente te ama, e precisa muito de você.

agosto 31, 2011

Escolhas..

Eu quero alguém emocionalmente disponível. Ainda que eu não queira me apaixonar, a ideia de que eu não posso, me sufoca. Ainda que eu não queira me entregar para ninguém, abrir mão do meu tempo livre e ter que lidar com alguns sentimentos tão diferentes do meu, eu quero poder querer tudo isso ocasionalmente.
E você.. bem, we’ve been there once. E não acabou bem, não para mim. Você tem o dom de escolher as mulheres erradas.. e você não é o tipo de homem que deveria estar com a elas. E eu nem sei se eu sou a certa, mas digo, com toda a certeza, de que eu poderia ser. E eu nem sei se eu quero, mas digo, com toda a certeza, de que eu seria num piscar de olhos.
Eu sou tudo o que você precisa, e você poderia facilmente se apaixonar por mim, você disse. Então por que você não se arrisca? Por que a gente não tem essa chance? Ainda que eu não saiba se eu quero verdadeiramente, ou o que eu faria se eu a tivesse, eu queria poder escolher..

agosto 29, 2011

Segredo

Eu queria falar aqui, bem baixinho, que é para você não saber. Mas essa beleza toda de que tantos falam tem um nome: felicidade. E surpreendentemente, ela [a felicidade] leva o seu [nome].

junho 17, 2011

Inacabado

Eu não sei se ele sabe o quanto eu o amo. Eu não sei se algum dia eu vou conseguir contar. Mas acho que no fundo, ele sente. E isso para mim basta.
Eu não sei descrever todo amor que existe dentro de mim. Toda a admiração, todo o orgulho. Ele mudou a minha vida. Sempre que eu paro para pensar em como as coisas seriam se esse homem não tivesse cruzado o meu caminho, me vem um branco. Eu não seria quem eu sou hoje, eu não seria feliz como eu sou hoje, e isso é impensável. Acho que até Deus sabia disso, e por isso tratou de cruzar logo as nossas vidas.
Ele é o meu mundo. Tudo o que eu faço, tudo o que eu desejo ser.. é tudo por ele. Eu sinto que eu posso ser a melhor pessoa do mundo, porque ele me dá todas as oportunidades.
Eu choro de emoção só de tocar no nome dele.. é uma coisa louca. É amor de verdade. É como se o mundo parasse. E pode até parar, que para mim não vai importar, contanto que nós estejamos juntos.
Eu acho que ele não faz ideia do quanto eu o amo. Eu não sei se algum dia eu vou conseguir contar. Mas hoje ele me abraçou forte, e disse que eu faço falta. E isso para mim basta.

abril 16, 2011

Individualismo

Eu sou uma pessoa organizada. Até para estudar. Sentei e dividi em 5 partes as 200 e poucas páginas que eu tenho que ler até segunda para a prova. Estipulei um horário razoável para cumprir. Mas a neném não pára de chorar, os vizinhos não desligam o sertanejo no último volume, e o Theo decidiu que agora é hora de brincar com a garrafa de plástico que faz o maior barulho.
Eu sou uma pessoa centrada. Até para estudar. Respirei fundo, me fechei no quarto e me propus a ler a primeira parte. Mas o zumbido da música ainda ecoa, e eu não consigo parar de cantar mentalmente Luan Santana.
Eu sou uma pessoa paciente. Até para estudar. Li, reli, e voltei alguns capítulos até entender do que se tratava a explicação. Mas é que o tempo foi passando e eu não consegui passar da página 30.

Eu tenho telhado de vidro. Também gosto de ouvir música alta tomando banho. E meu horário de secar o cabelo é praticamente ainda na madrugada. Meu cachorro late enlouquecidamente quando alguém passa no corredor e eu falo tão alto no skype que do apartamento ao lado da para ouvir. Viver em sociedade não é fácil, ainda mais hoje que é sábado. Tecnicamente, dia para relaxar, fazer churrasco e encontrar os amigos. Quem se importa que eu preciso mesmo estudar? O velho ditado já dizia: os incomodados que se mudem, e como eu não tenho opção, a saída é apelar para tampões de ouvido..

abril 13, 2011

Sem Censura

Vento levantando o vestido. Nadar pelada. Dançar na chuva. Gritar. Transar com desconhecido. Falar palavrão. Vestir fantasias. Sentar na janela. Andar com os pés descalços. Usar roupa transparente. Tomar banho demorado. Comer quilos de chocolate. Dormir com o cabelo molhado. Falar sobre sexo. Chutar o balde. Sair com a roupa do namorado. Ouvir música brega. Pintar o cabelo de loiro. Se descontrolar. Ignorar conselho de mãe. Ficar bêbada. Contar uma mentira. Dizer não. Ser feliz, mesmo sendo do contra.

abril 01, 2011

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Às vezes algumas pessoas ficam simplesmente chocadas quando digo que acordo suuuuuper cedo, e é suuuper cedo mesmo, para me exercitar. Um único dia da semana, segunda-feira, eu me permito acordar as 6:45, e eu considero esse o meu dia predileto, enquanto ouço o resto do mundo reclamar.
Pois bem.. quando eu não acordo para correr ou para fazer pilates, eu acordo para ir na psicóloga ou, pasmem!!!!, para levar a minha irmã no cursinho no sábado E no domingo. Mas eu garanto que apesar do som chato do despertador, ninguém nunca vai me ver mau humorada pela manhã, porque eu acordo feliz. Mesmo. Aquela felicidade irritante, sabe?
E eu acho que o motivo é simples: eu amo tudo o que eu faço. Sem hipocresia. Eu me vejo finalmente ligada em exercícios físicos que me dão prazer, ao contrário da tortura que eu via na musculação; eu acordo para ir assistir às aulas de um curso que eu escolhi fazer; até mesmo acordo feliz porque sei que ninguém merece ter que assistir de sábado e domingo uma maratona de aulas e ainda fazer simulados, tendo que que pegar o metro e camelar até o cursinho.
Então são pequenas coisas que já me dão força logo cedo. Acho que aos poucos eu estou descobrindo o meu espaço, as minhas possibilidades, e fazendo as escolhas que eu acho mais acertadas para a minha vida.
E o resultado tem sido muito bom. Cada dia eu aprendo um pouco mais sobre mim, me familiarizo com os meus sentimentos e desenvolvo todo o potencial que eu acredito ter. Claro que eu tenho preguiça e de vez em quando os problemas aparecem. Nesses dias eu me dou folga. Eu aprendi que a gente não precisa sofrer. As coisas vão acontecendo..

março 30, 2011

Contagioso

Eu acho que eu não gosto de quindim. Digo que acho porque hoje foi, por incrível que pareça, a primeira vez na vida que eu comi quindim. E eu ainda não tenho a minha opinião formada porque foi só a primeira vez.
E não foi por livre e espontânea vontade que eu resolvi comê-lo. Foi necessário contratar o serviço de uma nutricionista, que caprichosamente fabrica as minhas refeições para que eu me desse conta de que eu nunca tinha comido um quindim. E eu nem gostei muito.
Fiquei pensando em quantas outras coisas eu nunca fiz e quantas eu não teria feito até hoje se ninguém tivesse me incentivado. Pensando alto, acho que eu talvez nunca teria escolhido fazer direito se os meus pais não fossem advogados tão realizados. E nunca teria sonhado em fazer letras se eu não tivesse professores tão espetaculares que, cada um a seu modo, tivessem me incentivado a ler coisas tão sensíveis e a exercitar o dom da escrita.
Acho que muitas das coisas pelas quais eu sou apaixonada hoje foram fruto de pessoas apaixonadas. Time de futebol, samba, animais, esportes e livros foram paixões que eu não adquiri por conta própria, mas fui influenciada da maneira mais positiva do mundo pelas pessoas ao meu redor.
Quantas outras milhões de coisas será que ainda vão me incentivar a fazer e quantas eu vou amar logo de cara, e adotar para a vida toda, e quantas, como o quindim, eu vou ter que experimentar de novo para saber se eu realmente gosto? Espero que muitas. Espero cruzar a cada dia com experiências, sensações e preferências diferentes. Espero que "roubando" as pequenas paixões de cada um, eu consiga construir as minhas próprias e quem sabe, no futuro, influenciar alguém também.

março 29, 2011

Bem de perto

Sabe, eu nunca vivenciei a morte. Pelo menos não a morte dos outros. Eu nunca perdi ninguém, a não ser minha cachorrinha, que não doeu tanto em mim porque já doía mais em outro alguém. Mas a cada dia eu me aproximo mais desse conceito, e isso está tirando o meu sono.
Eu, racionalmente, consigo entender a morte. Consigo entender e acreditar que certas pessoas cumprem suas funções na terra e por isso merecem paz, salvação, vida eterna, ou até mesmo uma vida nova por meio da reencarnação - o que quer que eu acredite no momento, porque até nisso as minhas certezas vacilam. Mas a incerteza da morte não é o que me atormenta; aliás, pouco me importa o que vai me acontecer depois que esse meu corpo padecer.
O que me importa de verdade é o que continua acontecendo aqui, nesse mundo, enquanto eu assisto as pessoas que eu amo serem levadas cada dia mais para longe de mim.
Meus avós estão doentes. Três, dos cinco que eu tenho a graça de ter. E aconteceu tudo de uma vez. E por enquanto o que mais me dói não é lidar com o fato de que eles podem morrer. É ver a pessoa que eu mais amo nesse mundo sofrendo e tendo que lidar com isso. Não que eu não me importe, ou que eu não ame os meus avós postiços, mas eu consigo chorar, sofrer e ver as coisas passarem. Até porque eu nunca convivi com eles o suficiente para essa dor ser insuportável. Mas é para ele. E por isso é para mim.
Com a minha vó materna é diferente. Bem diferente. Ela me criou, ela me deu banho, ela me pôs na cama e me levou para a escola todos os dias. Ela me ensinou a amar natação, e bolo X-tudo. A falta que ela eventualmente vai fazer na minha vida vai ser imensa.. indescritível. Mas, de novo, não é o que mais me dói. É sentir também que a minha mãe sofre e se sente incapaz de agir diante de uma situação que ela, infelizmente, não tem controle.
Se eu pudesse, eu sofreria tudo pelos dois. Choraria cada lágrima, sentiria todo o aperto no peito, cada espaço preenchido pela saudade. Eu aguentaria tudo isso.. Mas é insuportável, inviável para mim ver cada um deles murchar mais um pouco, a cada dia que passa...

março 27, 2011

Falta de gentileza

1. Pessoas lavando a calçada.
2. Gente que joga lixo no chão ou não recolhe da mesa depois que comeu.
3. Jovem estacionando em vaga de idoso e portadores de necessidades especiais sem necessidade.
4. Furar a fila, qualquer que seja, e por menor que seja.
5. Não respeitar a faixa de pedestre.
6. Pegar alguma coisa emprestada e não devolver.
7. Não usar sacola retornável.
8. Fazer paredão de pessoas no corredor e impedir as pessoas de circularem normalmente.
9. Não usar as palavras mágicas como "com licença", "por favor" e "obrigada".
10. Não respeitar o espaço alheio.

março 23, 2011

Que dia

O despertador tocou às 5 horas. Abri os olhos, esfreguei o rosto com as mãos, e decidi que eu merecia mais 10 minutos de sono. Acho que cochilei, mas num sobressalto levantei. Alonguei todo o meu corpo, espreguicei cada célula do meu corpo, vesti o roupão e fui para a cozinha.
Esquentei a água do chá, tostei o pão e polvilhei linhaça na banana amassada. Sentei no sofá, e enquanto assistia Friends, devorei o meu café-da-manhã. Pulei no chuveiro, vesti a roupa de ginástica, e quando o relógio marcou 6 horas, eu já estava no parque, pronta para correr.
O treino foi puxado. O percurso, mais distante e acelerado do que o de costume, mas quando terminou, um bem-estar imenso me invadi. Acho que correr desperta a minha alma, e me faz aprender a superar cada limite que o meu corpo me impõe.
Voltei para casa e tomei outro banho, dessa vez longo e demorado. A música se fazia ecoar por toda parte, e eu cantarolava feliz.
Já pronta, enfrentei uma aula de 100 minutos e quando deu a hora do almoço, fiz minha refeição tranqüila, para depois tirar um breve cochilo. O resto da tarde foi igual a todos os outros: mais duas aulas de 100 minutos.
Seis horas e o carro já estacionado na garagem. Me organizei para fazer um trabalho chato, mas necessário para sexta-feira. Não deu certo: a preguiça falou mais alto. Ao invés disso, acompanhei as notícias na internet, verifiquei as redes sociais, e conversei com uma pessoa querida.
Agora são dez horas, e todos os meus deveres foram cumpridos. Tenho que escolher três coisas boas que aconteceram comigo hoje. A primeira foi uma música, já velha e esquecida que tocou no rádio:“Sim meu amor, quando a gente quer o mundo se ajeita...”. Por milhões de motivos, trazem uma sensação de nostalgia e saudade. Muita saudade. E uma vontade imensa de fazer as coisas darem certo de novo. A segunda foi uma piada boba, mas que me rendeu gargalhadas de doer a barriga no meio de uma aula de comercial. E a terceira é a história que vai embalar o meu sono, narrada na voz de alguém que sempre mereceu o espaço que ocupa na minha vida, mas que a cada dia ganha ainda mais importância, se é que isso ainda é possível depois de 8 anos de convivência.

março 14, 2011

Os Dois em Equilíbrio

Não me lembro de ter dado segundas chances à muitas pessoas. Em compensação, lembro bem de ter dado terceira, quarta e quinta àquelas em quem o meu coração acreditava.
É claro que devemos aceitar que as pessoas erram, pisam na bola e nos magoam. Por isso existem as segundas chances: para que elas consertem, voltem atrás em uma decisão impensada, ou até mesmo peçam uma simples e sincera desculpa. Às vezes não é suficiente, é claro, e por ter sempre acreditado não serem essas atitudes suficientes é que eu nunca costumei dar essa oportunidade. Não que eu seja radical, mas nas vezes em que isso aconteceu (ou não aconteceu, no caso), o meu coração simplesmente não acreditava mais ser possível consertar a situação e me pedia para parar. Desilusão mesmo, sabe? E acabava ali.
Mas , em compensação, para as pessoas que ele me pediu, eu dei e muitas não conseguiram de primeira. E por isso foram necessárias as terceiras, quartas, e quintas. No final, as lições que eu tirei foram inúmeras, algumas dolorosas, algumas com finais bem felizes, mas se tem uma coisa que eu aprendi de verdade é que o meu coração é sábio e a minha intuição é forte.

março 08, 2011

Nova Prática

Quinta-feira começa a Quaresma. Longe de mim querer ser hipócrita, mas esse ano eu decidi aderir à prática. Não conforme Os Mandamentos, até porque eu condeno muitos dos valores ensinados pela Igreja Católica, mas conforme os Meus Princípios.
Se a Quaresma, para os cristãos, é um tempo de purificação e reflexão, que assim seja para mim também. Afinal, cada um sabe bem o preço dos seus pecados e comigo não é diferente.
Serão quarentas dias para me desintoxicar. Não só fisicamente. Decidi tentar – e o verbo aqui é tentar; todas as promessas que eu me fiz até hoje eu cumpri efetivamente, e não pretendo fazer uma a qual eu não possa honrar – parar de comer doces em geral. Chocolate já são sessenta e sete dias sem. O mesmo com refrigerante. Também vou tentar parar de comer frituras. E pão. Serão longos e difíceis quarentas dias de restrição alimentar. Mas aposto que essa não vai ser a pior parte.
Nesses quarentas dias, a minha maior desintoxicação vai ser mental: eu decidi me livrar de tudo o que me faz mal. Bom, tudo aquilo que eu ainda não consegui, por algum motivo, me livrar até hoje. E isso incluí pessoas, situações, lembranças e defeitos meus, inclusive, que pretendo corrigir.
Eu tenho sentido ultimamente que essa bagagem que eu venho carregando há tanto tempo já não me é mais útil. Aliás, muito pelo contrário. Vem prejudicando o meu andamento, o meu progresso, a minha realização pessoal. Porque nela ainda carrego mágoas passadas, situações desgastadas, amores mal – ou não – resolvidos, esperanças que já se tornaram um martírio.
Acho que o que eu estou tentando me perguntar é “por que”. Por que tanta teimosia, porque tanta insistência em coisas que já deveriam ter ficado no passado. P-A-S-S-A-D-O. No pretérito perfeito, ou imperfeito, como as coisas são. Naquele tempo em que a gente já não vive mais. E acho que por isso já não sente e sofre tanto.
Cansei da minha auto-sabotagem. Cansei de não aprender. Acho que agora eu entendi que enquanto eu continuar a levar esse peso morto comigo, vai continuar doendo, vai continuar não-passando. E convenhamos, ninguém gosta de sofrer todos os dias pelas mesmas bobagens. E nem perder tempo com os mesmos erros.
Também não tenho a pretensão de ser perfeita. E muito menos de parar de errar e de sofrer e de sentir. A minha pretensão é outra: é ser melhor. Melhor nas minhas escolhas, melhor nas minhas decisões, melhor nas minhas apostas. Afinal, a minha bagagem eu vou ter que carregar. Mas sou eu quem escolho o conteúdo. E já que eu decidi que dessa vez ela vai ser bem leve e florida, eu quero que tudo o que esteja dentro dela também o seja.

fevereiro 23, 2011

Outros tempos

Eu mudei de ideia. Quer dizer, me mudaram. Acho que hoje em dia eu sou chorona, sensível e carente. Acho até que talvez eu sempre tenha sido, mas uma fase muito ruim da minha vida me forçou a ser mais dura, mais coração de pedra. E acho que as pessoas à minha volta conseguiram, aos poucos, devolver um pouco do brilho que eu antes tinha. Não foi fácil.
Não foi fácil porque era mais fácil não me envolver, olhar tudo à distância. Nada me machucava, nada me fazia refletir, nada nem mesmo me comovia. Mas acho que com o passar do tempo, vai faltando alguma coisa.. fica um vazio a ser preenchido e foi nesse momento que eu me dei conta de que eu precisava voltar a viver, voltar a ser feliz, e mais do que tudo, que eu precisava voltar a arriscar.
Às vezes, eu ficava em dúvida, porque em certas situações, arriscar significava muito. Às vezes significava mais do que eu podia.
E já que dizem que gato escaldado tem medo de água fria, eu fui aos pouquinhos. De leve, sentindo a temperatura da água, vendo qual a profundidade e até aonde eu realmente poderia ir. Até o dia que eu mergulhei de cabeça e esqueci que o coração já tinha se machucado um dia. Porque essas coisas passam, sabe? A ferida vai cicatrizando, as coisas vão tomando outra proporção, e quando você vê já tem outro curativo por fazer. Mas eu acho que no final das contas, o que vale é tentar. Nem que seja aos poucos, nem que seja por alguém. Porque a melhor coisa de prender a respiração e mergulhar é poder finalmente voltar à superfície renovada. E com vontade de fazer de novo.