março 08, 2011

Nova Prática

Quinta-feira começa a Quaresma. Longe de mim querer ser hipócrita, mas esse ano eu decidi aderir à prática. Não conforme Os Mandamentos, até porque eu condeno muitos dos valores ensinados pela Igreja Católica, mas conforme os Meus Princípios.
Se a Quaresma, para os cristãos, é um tempo de purificação e reflexão, que assim seja para mim também. Afinal, cada um sabe bem o preço dos seus pecados e comigo não é diferente.
Serão quarentas dias para me desintoxicar. Não só fisicamente. Decidi tentar – e o verbo aqui é tentar; todas as promessas que eu me fiz até hoje eu cumpri efetivamente, e não pretendo fazer uma a qual eu não possa honrar – parar de comer doces em geral. Chocolate já são sessenta e sete dias sem. O mesmo com refrigerante. Também vou tentar parar de comer frituras. E pão. Serão longos e difíceis quarentas dias de restrição alimentar. Mas aposto que essa não vai ser a pior parte.
Nesses quarentas dias, a minha maior desintoxicação vai ser mental: eu decidi me livrar de tudo o que me faz mal. Bom, tudo aquilo que eu ainda não consegui, por algum motivo, me livrar até hoje. E isso incluí pessoas, situações, lembranças e defeitos meus, inclusive, que pretendo corrigir.
Eu tenho sentido ultimamente que essa bagagem que eu venho carregando há tanto tempo já não me é mais útil. Aliás, muito pelo contrário. Vem prejudicando o meu andamento, o meu progresso, a minha realização pessoal. Porque nela ainda carrego mágoas passadas, situações desgastadas, amores mal – ou não – resolvidos, esperanças que já se tornaram um martírio.
Acho que o que eu estou tentando me perguntar é “por que”. Por que tanta teimosia, porque tanta insistência em coisas que já deveriam ter ficado no passado. P-A-S-S-A-D-O. No pretérito perfeito, ou imperfeito, como as coisas são. Naquele tempo em que a gente já não vive mais. E acho que por isso já não sente e sofre tanto.
Cansei da minha auto-sabotagem. Cansei de não aprender. Acho que agora eu entendi que enquanto eu continuar a levar esse peso morto comigo, vai continuar doendo, vai continuar não-passando. E convenhamos, ninguém gosta de sofrer todos os dias pelas mesmas bobagens. E nem perder tempo com os mesmos erros.
Também não tenho a pretensão de ser perfeita. E muito menos de parar de errar e de sofrer e de sentir. A minha pretensão é outra: é ser melhor. Melhor nas minhas escolhas, melhor nas minhas decisões, melhor nas minhas apostas. Afinal, a minha bagagem eu vou ter que carregar. Mas sou eu quem escolho o conteúdo. E já que eu decidi que dessa vez ela vai ser bem leve e florida, eu quero que tudo o que esteja dentro dela também o seja.

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